quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

FURAR A RETRANCA


Conhecemos bem o trabalho, a trajetória do atual técnico do Marinheiro.

Quem não lembra da Série C 2010?

Verdão do Oeste, sob o comando desse treinador, perdeu, lamentavelmente, o acesso à Série B do Brasileiro, naquele ano, para o então Ituiutaba, atual Boa Esporte Clube, justamente por excesso de preocupações defensivas.

Não tenho dúvida, se a Chape quiser somar 3 pontos neste jogo de hoje à noite contra o Marcílio Dias, terá que superar a provável retranca, o ferrolho defensivo da equipe visitante.

Mas como a Chape vai  furar retranca?

Pois é.

Isso depende dos jogadores, do sistema tático e da estratégia traçada pelo treinador do Verdão do Oeste.

Por exemplo, contra o Juventus, em Jaraguá do Sul, contra adversário retrancado e tecnicamente inferior, o treinador da Chape foi incompetente em sua estratégia, não conseguiu fazer o seu time jogar; levou nó tático do Milton do Ó.

Para furar retranca, penso que o técnico da Chape já esqueceu as lições do Pep Guardiola, ex-técnico do Barcelona e atual técnico do Bayern Munique, atual campeão mundial de clubes, título conquistado em dezembro último na final contra o Raja Casa Blanca, Marrocos.

A propósito, para rememorar os fundamentos teóricos, transcrevo a seguir, por oportuna, a matéria publicada no Blog do Ari, no site Futebol Interior, do dia 21/12/2013, após a final do mundial de clubes, que explica, resumidamente, o plano estratégico utilizado pelo Pep Guardiola para superar sistema defensivo retrancado,  in verbis:
Guardiola, uma aula de futebol para a treinadorzada brasileira


O treinador do Bayern de Munique, Pep Guardiola, pode chamar todos nós - treinadores, críticos esportivos e torcedores em geral - e dizer em alto e bom som: ‘sentam aí no banquinho e aprendam comigo’.

Se muitos suspeitaram que ao sair do Barcelona, ano passado, ele não repetiria o sucesso em outro clube, a resposta foi dada na tarde deste sábado no Marrocos, quando levou o time à conquista do título Mundial de Clube após vitória por 2 a 0 sobre o Raja Casablanca.

Guardiola continua dando show & show. Oferece uma aula de futebol a esta treinadorzada brasileira, com repertório tático de impressionar.

Em pouco tempo no comando do Bayern não só transportou para o seu time a cara do Barcelona, com aquele inconfundível toque de bola, como incrementou outras ‘cositas’ mais.

Na vitória sobre os africanos do Raja Casablanca Guardiola reafirmou que o melhor ‘remédio’ contra adversários retrancados é marcá-lo sob pressão na saída de bola e, ao roubá-la, criar quantas chances de gols forem possíveis, para definição logo do resultado.
Guardiola tem a maestria de posicionar a sua equipe de forma compacta. Assim, à medida que algum jogador de seu time perde a bola, pode-se prever rápida recuperação. Seus comandados sempre estarão atentos para sufocar o adversário. 
Agora, no Bayern, Guardiola consegue fixar jogadores abertos nas extremas prontos para receberem a virada de jogo.
De repente, dois ou três jogadores de seu time ‘penteiam’ a bola de um lado do campo, no ataque, e assim exigem concentração do maior número de adversários por ali. É aí que ocorre a virada de jogo, com algum jogador de seu time desmarcado na outra extremidade do campo, em condições de definir melhor a jogada. E isso é treinado exaustivamente.

MAIS VELOCIDADE

A cara deste Bayer é de time que mantém a posse de bola com a vantagem de colocar velocidade nas jogadas, filosofia inerente ao time.
A boa estatura do time alemão recomenda também o trabalho em jogada aérea. Pois Guardiola explora sabidamente o alto zagueiro Dante em lances de bola parada.
E não venham com argumentos de que Guardiola conta com o melhor material humano possível para colocar em prática a sua filosofia.
Evidente que isso é preponderante, mas fica claro o dedo do treinador quando foca o atleta para que raciocine permanentemente na execução das jogadas. Nada de passes ou dribles improdutivos. Tudo é aplicado conforme a finalidade.
A aula de Guardiola é gratuita. Quem dela extrair bom proveito só tende a ganhar no futebol.
Tudo isso, parece simples. Não é não!, mas é por aí...

No futebol não existe mágica.

É necessário muito trabalho, treinamento repetitivo à exaustão, para se chegar à perfeição, aos resultados.

Portanto, para evitar na Arena Condá a surpresa que ocorreu lá em Jaraguá do Sul, e para superar o sistema defensivo do Marinheiro (que atuará provavelmente com os jogadores atrás da linha da bola), é necessário determinação, comando técnico do treinador aos atletas do Verdão para fazer, executar a marcação sob pressão na saída de bola da defesa adversária, desde o início do jogo, e com a posse de bola, imprimir  velocidade nas jogadas, virando o jogo de uma extremidade do campo para outra, que a vitória, naturalmente, virá!

Como visto, é preciso desmistificar que só o treinador sabe tudo de sistema tático e de estratégia de jogo, na teoria. Se assim fosse, jamais poderíamos questionar, analisar, tecnicamente, o trabalho do treinador.

Avante Verdão!

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