O Clube não tem dívida vencida, há parcelamentos de dívidas com a União e há causas trabalhistas em curso.
Neste ano, o Clube - até o momento - trabalha com superavit, nada expressivo.
De qualquer forma, o importante é trabalhar no azul, e não no vermelho.
Pois é.
Mas, o que quero abordar aqui são as fontes de receitas da Chapecoense. Ou seja: a segurança, a qualidade, das fontes de receitas do Clube.
Veja, todo clube sério, perene, deve dar ênfase na geração de receitas por meio de fontes seguras, permanentes, diversificadas, para evitar a dependência de receitas eventuais, contingenciais, subvenções etc.
Os clubes brasileiros, em regra, estão pré-falimentares, e dependem muito, cada vez mais, das receitas da venda dos direitos de transmissão dos jogos (dinheiro da TV).
Em regra, as fontes de receitas dos clubes estão assim classificadas:
1- Cotas de TV;
2-Patrocínios e publicidade;
3-Social e amador;
4- Negociação de atletas (vendas etc);
5-Bilheteria;
6-Royalties (licenciamentos de produtos com a marca do clube);
7- Outras receitas.
A Consultoria BDO tem um excelente trabalho sobre as finanças dos clubes brasileiros, e um dos seus quadros reproduz os percentuais das participações das fontes de recursos. Veja, a seguir, os valores médios das fontes de receitas dos 20 principais clubes brasileiros, no ano de 2011:
1- Cotas de TV -----------------------------------------------------------------------------------36%
2-Patrocínios e publicidade------------------------------------------------------------------18%
3-Social e amador-------------------------------------------------------------------------------13%
4- Negociação de atletas ---------------------------------------------------------------------15%
5-Bilheteria----------------------------------------------------------------------------------------08%
6-Royalties (licenciamentos c/ uso da marca do clube) e outras receitas-----10%
De plano, observa-se que os clubes brasileiros dependem, sobremaneira, das Cotas de TV.
Isso é ruim, pois - no caso de descenso - o Clube afunda, em todos os sentidos, pois perde ou reduz, drasticamente, a fonte de receita - Cotas de TV.
No caso da Chapecoense, a dependência do Clube quanto à verba - Cota de TV - é ainda maior.
Por exemplo, em relação ao orçamento de R$ 32 milhões para 2014, as receitas estão assim previstas, grosso modo:
1- Cotas de TV -----------------------------------------------------------------------------------------52%
2-Patrocínios e publicidade------------------------------------------------------------------------15%
3-Social e amador--------------------------------------------------------------------------------------17%
4- Negociação de atletas (receitas com vendas, empréstimos, de atletas)---------0,0%
5-Bilheteria----------------------------------------------------------------------------------------------06%
6-Royalties (licenciamentos de produtos com a marca do clube)----------------------05%
7-Outras receitas--------------------------------------------------------------------------------------05%
A Chapecoense, sem dúvida, precisa aumentar as campanhas para angariar novos sócios, o ideal é um quadro societário na casa dos 15 mil. Está longe disso...atualmente o Clube tem um pouco mais de 11 mil sócios-torcedores.
As receitas com o futebol amador do clube e venda de jogadores são inexistentes, é preciso se mexer, fazer, pelo menos, o que os outros clubes da Série A estão fazendo, né?
O Marketing precisa trabalhar, é fazer da Chapecoense um Clube regional. Primeiro passo, é abrir a cabeça desses viventes que hoje são responsáveis pelo marketing do Clube.Acho que eles não conhecem nem o Hino do Clube. Se o Hino fala em "Ó Glorioso verde que se expande", então o marketing precisa dar uma força, regionalizar o Verdão. Isso é o mínimo que se espera do marketing. É preciso regionalizar a Chapecoense, desde Lages até Dionísio Cerqueira (isso em SC), mas há todo o Sudoeste do Paraná e Norte do Rio Grande.
Por fim, se a Chapecoense depende, basicamente, das cotas de TV para sobreviver, então o pulo do gato é permanecer na Série A, mas pelo qual a diretoria joga contra...está com o freio de mão puxado, quer mandar o clube para série B...
Sinto muito, mas tenho que dizer, o torcedor da Chapecoense, em regra, é como uma vaca de presépio, aceita tudo passivamente que a diretoria faz ou não faz. Está na hora do torcedor cobrar, exigir, de forma veemente, a contratação de um meia destro, de um lateral esquerdo, de um atacante goleador e de um zagueiro Xerife. Isso é o mínimo. E se perder para o Coritiba e não ganhar do Sport Recife, contratar um novo treinador...
Avante Verdão!