FORMAÇÃO DO ELENCO DA CHAPE PARA 2012. O QUE FALTA?

Não é fácil para o departamento de futebol formar um plantel vencedor, principalmente para um Clube que tem um orçamento limitado.

Mas, é plenamente possível, sim, formar uma equipe campeã mesmo com pouco dinheiro.

O exemplo, mais recente de sucesso pleno, é o plantel que se sagrou campeão catarinense de 2011.

Mas, alguém pode objetar: o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Ocorre que a formação de um elenco forte, competitivo, vencedor, não depende só do imponderável, da sorte, mas principalmente do conhecimento do mercado da bola, da rede de contatos, da informação precisa, correta, em primeira mão,  e da inteligência, preparo, de quem comanda o departamento de futebol, de quem é responsável pela "garimpagem" e contratação dos atletas. E preciso ter tino certo, habilidade e "feeling".

Assim como no final de 2010 (formação do plantel 2011), acompanho, muito atento, a formação do plantel para 2012.

O ano passado, diversas vezes, escrevi que, pelo fato do então treinador Ovelha ser adepto incondicional do sistema de jogo 3-5-2, a formação de elenco forte, competitivo, vencedor, tinha maior chance, probalidade, de acontecer, pois, objetivamente, a tônica foi a contratação de atletas com perfil e características para esse esquema tático.

O Ovelha, apesar de tudo, conhece o caminho mais curto, os atalhos, para dar consistência tática (padrão de jogo).

No primeiro semestre 2011, o Verdão tinha zaga forte (Dema e Grolli); alas que faziam a diferença (fortes, efetivos, no apoio ao ataque); meio campo competitivo, forte (Diogo Roque um "trator" e Cleverson o "motor" do time), e ataque para não botar defeito (Aloísio, habilidoso, driblador, inteligente, "matador" que desequilibrava). 

Neste ano, já foram contratados 10 reforços para 2012. Não percebo, não consigo apurar, ver, qualidade nesses jogadores contratados.

Não há contratações inteligentes, direcionadas, de atletas com características específicas para o sistema de jogo 3-5-2, muito menos para o esquema tático 4-4-2.

Estou preocupado.

As contratações estão ocorrendo a esmo, a grosso modo. Espero estar enganado.

O técnico Gilberto Pereira precisa se mexer, ser objetivo e definir, rápido, já, o esquema de jogo, para dar consistência tática e padrão de jogo à equipe, e treinar à exaustão.

Fazendo, preliminarmente, uma análise do elenco da Chape, não vejo nenhum atleta que possa desequilibrar em campo, definir as partidas. Isso é muito preocupante. Não vejo nenhum setor forte na equipe.

Na zaga, ainda falta um zagueiro xerifão. Leonardo é um zagueiro que vem para disputar posição; foi reserva no ABC (Dema só deve estar apto para o início da Série C, em maio).

Nas laterais, falta um um ala esquerdo diferenciado para ser o titular.

Na frente da zaga, falta o volante de contenção, para dar proteção, segurança, ao sistema defensivo.

Como segundo volante, é perigoso demais apostar em Diogo Roque e Marcos Alexandre, ambos estão meia boca. Fransérgio pode ser a solução para fazer a função de segundo volante, se for contratado.

Meias. Aí reside o deserto da equipe. Falta criação. Neném é jogador para entrar na equipe na etapa final dos jogos. Falta o meia-armador que faça a equipe jogar. Eliomar é meia-atacante.

No ataque, o problema é, também, grave. Jean Carlos, para o padrão do campeonato catarinense, é reserva. João Paulo e Tiago Cavalcanti, também, são jogadores limitados tecnicamente, sem habilidade na condução da bola, dribles longos, muito contato físico, corpo a corpo.  Falta um atacante velocista que saiba driblar, conduzir a bola, entortar a espinha dos zagueiros, e abrir a defesa adversária.

Por fim, é muito importante a bola parada. Bola parada define, decide jogo. A Chape, todo ano, não tem qualidade na bola parada, falta um exímio batedor de faltas.