quinta-feira, 26 de agosto de 2010

CONFRONTO DE BUGRES, NO BENTO FREITAS, NESTE DOMINGO

Pela 7ª rodada do Campeonato Brasileiro da série C, longe dos seus domínios, neste domingo, a Chapecoense enfrenta o Brasil-RS, no Estádio Bento Freitas, em Pelotas-RS.

O jogo, em princípio, está marcado à tarde, às 16:00 horas.

Será um jogo de índio contra índio.

A Chapecoense tem como mascote um índio da tribo Kaingang.

O Brasil–RS, também, tem como mascote um índio, porém da tribo Xavante.

Nesse duelo de bugres, acredito no índio Condá, por ser guerreiro destemido, desbravador e domesticador.

A propósito do aniversário do Município de Chapecó que completou 93 anos, parei para pensar e procurei inteirar-me acerca de quem foi essa figura denominada índio Condá.

Todos sabemos que a área onde hoje está situada a cidade de Chapecó foi um território, uma aldeia habitada e dominada por índigenas cujo maior cacique da região foi Vitorino Condá, índio que foi criado no povoado de Guarapuava por volta de 1860, fugiu do aldeamento, mantendo, porém, suas relações com os colonizadores, devido ao seu conhecimento da área e ao poder de negociação junto a outros grupos indígenas; dominou, com sua liderança, toda essa região fronteiriça entre os Estados do Paraná (Palmas, Pato Branco e Clevelândia), Santa Catarina (Chapecó) e Rio Grande do Sul (Nonoai).

No Estado do Paraná, em homenagem ao Índio Condá foi criado o município de Vitorino, com território desmembrado de Clevelândia. A instalação oficial deu-se no dia 29 de novembro de 1961.

O nome da cidade é de origem geográfica, em homenagem ao Rio Vitorino, que banha o município, e faz referência ao cacique caingangue Vitorino Condá.

Vitorino Condá foi o principal chefe dos índios que se fixaram nos Campos de Palmas. Era chamado de ‘pai-bang’ e foi grande colaborador dos desbravadores da região, juntamente com o cacique Viri.

Os fazendeiros apoiavam-se nessas lideranças, para se protegerem de índios que não admitiam a tomada de posse de suas terras pelo homem branco. Vitorino Condá era um homem de bom caráter, honesto e ordeiro. Foi devidamente usado.

Nesta região de Chapecó, para Viriato Correia, notável escritor brasileiro, em um de seus livros, escreveu um capítulo sob o título: Grandes índios. Chapecó teve também um índio, cujo nome está incorporado à pátria, foi Vitorino Condá (Jornal "A voz de Chapecó" - 1a página - 10 de dezembro de 1939).

Ainda,na Monografia de Janete Facco, Loivo A. Lemes e Leonel Piovezana (in O índio, a aldeia e o urbano na formação socioespacial de Chapecó-SC), consta:

Vitorino Condá, líder indígena Kaingang, com título de Soldo Major. Foi um grande "domesticador" de homens e mulheres Kaingang para o trabalho forçado e a serviço dos brancos. Considerado por muitos indígenas como um traidor e por outros como um salvador, um integrador. A exemplos de muitos grandes homens da história oficial, ele serviu aos interesses de uma elite interessada na limpa da terra e no chamado desenvolvimento desbravador, que marcou a história dos povos Kaingang do Sul do Brasil. Interessante observar, que quem lutou para a demarcação da terra indígena Xapecó, acompanhado por companheiros Kaingang, foi o índio Cacique Vahnkler, grande defensor do seu povo e preocupado com as gerações futuras.
Como visto, o Índio Condá fez história nesta Região Sul do Brasil, ora respeitado como herói, ora odiado como vilão.

Portanto, neste domingo contra o Brasil-RS, o espírito do Índio Condá precisa encarnar nos jogadores do Verdão para dominar e “domesticar” o índio Xavante, que é bugre muito arredio na sua aldeia.

Avante Verdão!

Nenhum comentário:

Postar um comentário